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Tributo à Cerveja

Acabei de desenterrar este poema à cerveja, de um amigo meu, de muito tempo atrás.

Linda loira desejada,
na geladeira internada.
Pro meu desejo é a cura,
porque me mostra em loucura,
teu prazer de estar gelada.
É carioca, é paulista,
pernanbucana e mineira.
No Brasil de ponta a ponta
querem você por inteira.
Meia, inteira ou em lata,
seja morena ou mulata.
Loira de ouro de prata,
ou de amigos verdadeiros.
No som da timba ou da lata,
ou no samba do pandeiro.
Na torcida do mengão,
do coringão ou cruzeiro.
Já foi paga com tostão
e hoje eu gasto meu dinheiro.
Não sou filho de patrão
mas também sou Brasileiro.
Não assino o Estadão,
também não assino veja.
Não sei se é por ventura
ou se é por natureza,
nesse mundo coca-cola,
sou adepto da cerveja.

Naelton Alexandre

Sou minha imagem ou minha imagem sou eu?

faces“Eu sou minha imagem
ou minha imagem sou eu?
Formei minha imagem pelas coisas que fiz;
outras pessoas que nunca me viram
criaram a forma
que elas queriam ver.

Creio saber quem sou,
mas é estranho
sermos nós mesmos e uma imagem.

Quando as coisas se tornam difíceis,
é confuso às vezes,
saber qual é a realidade.”

 Susan Polis Schutz
Imagem

“Só peço inspirações ao meu charuto”

charuto “E do meio do mundo prostituto,

Só amores guardei ao meu charuto.

E que viva o fumar que preludia.

As visões da cabeça perfumada!

E que viva o charuto regalia!

Viva a trêmula nuvem azulada,

Onde s’embala a virgem vaporosa

Viva a fumaça lânguida e cheirosa!”

 

Manuel Antônio Álvares de Azevedo
O Poema do Frade